quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

RIO DE JANEIRO: VERÃO E INFERNO

¨ Senti primeiro no ar-condicionado. A sensação de que ele está tossindo, engasgando, fazendo o máximo de esforço mas rendendo pouco. Os de veículos então, são os mais flagrantes - muitas vezes o melhor é abrir a janela e contar com a velocidade do Aterro do Flamengo e seu vento anexo.
Depois, senti no caminhar. Os pés ficam mais pesados. E a sensação sobe: a calça jeans passa a pesar uns 15 quilos, sem exagero.
E em casa, foi sentar no computador que em cinco segundos eu já procurei o botão do ventilador ao lado.

É fato: o verão acabou.

Não se surpreenda com a frase: "verão" é como chamamos o período em que faz um calor desgraçado no Rio e que vai de março a fins de setembro, meados de outubro. É sério.
Aquilo que acontece de outubro a março, preferimos chamar de INFERNO.
É quando, de segunda a sexta, fará um sol senegalês no Rio, para enfim chover cântaros nos fins de semana, aliviando a barra. Se bem que tem chovido praticamente todos os dias na cidade, né?

E em janeiro, outro evento fixo do calendário: vamos começar a receber emails dos lageanos Mau e Paula contando como é a vida em Lages, Santa Catarina, no mesmo mês em que, no Rio, não conseguimos ir até a esquina sem suar. A vida em Lages? É o que aparece nos meus sonhos (com ar-condicionado ligado) de noite: vinhos, massas, um friozinho convidativo, lareiras, caminhadas noturnas ao frio e ao luar.

Enfim, civilização. No Rio 40 graus, ainda fico com medo de receber visitas de antropólogos ou turistas querendo comprar artesanato. Um dia, a principal atração turística será uma grande fritadeira de ovos ao ar livre. Aliás, por que não? Um grande golpe de merchandising: alinha-se cinco ou seis caminhonetes Pajero e ovo nelas, fritando ao sol. Tal evento ganharia projeção internacional, atrairia turistas do Marrocos ou da Argélia em busca de climas temperados e ainda promoveria marca em troca de dinheiro que construísse benesses para a cidade.

O dinheiro poderia ser aplicado na construção da tão sonhada redoma climática do Rio. Uma redoma que nos mantivesse, nos períodos de mais calor, nos 23 graus. ¨

QUEM ESCREVEU...Gustavo de Almeida e Marcele Fernandes são cariocas, casados e rubro-negros. Ele tem 40 anos e trabalha de noite. Ela tem 27 anos e trabalha de dia. Os dois se encontram nas poucas folgas que restam, nos posts do blog e, quase sempre, nos sonhos também.
http://www.interney.net/blogs/eclipse/2008/10/15/rio_de_janeiro_verao_inverno_inferno_cal/

Um comentário:

  1. Já ouvi falar que o calor causa estes delírios....
    miragem...
    alguns dizem...
    mas é assim... esse Deus!!!
    em sua balança cósmica....abençoa uns e ferra outros...
    bjk

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