domingo, 9 de agosto de 2009

DOMINGO É DIA DE FEIRA ! Quinto dia / 9/08/2009



A Feira Hippie de Ipanema, com mais de quarenta anos de existência, é um espaço aberto onde o visitante vai encontrar em aproximadamente 900 pontos de exposição, artesanato brasileiro, bijuterias, bordados em roupas e acessórios, pinturas em tela, objetos de decoração, etc.
Funciona somente aos domingos de 07:00h às 20h.
A freqüência de turistas brasileiros e estrangeiros já foi mais expressiva em passado recente, mas, ainda é um local interessante para um passeio após o almoço para garimpar algumas peças com bom preço.
Alguns nomes de expressão iniciaram suas atividades na Feira de Ipanema, como o empresário do segmento de moda Vitor Hugo e a artista plástica Miriam Medeiros, entre outros.

"Uma feira hippie, como tal, não pode ter uma certidão de nascimento. Senão não era feira hippie. Mas a edição deste fim de semana marca as quatro décadas de vida deste evento de enorme importância histórica, etílica e cultural do Rio de Janeiro. Foi na manhã de algum sábado no louco outubro de 1968. Uns artistas que freqüentavam os bares das cercanias da Praça General Osório, em Ipanema, queriam grana para beber. Resolveram expor seus desenhos na praça. O cacique da turma, Hugo Bidet, é um personagem folclórico da cidade. O sobrenome soa francês, mas sua origem é carioquíssima. Ao reunir amigos em casa para uma feijoada, Hugo não tinha onde dessalgar as carnes. Foi lá mesmo, nesta peça do banheiro que não costumar a ter usos culinários, que rabinho, pé, lingüiça e companhia ficaram de molho esperando o momento de ir à panela. Reza a lenda que foi assim. Até o termo, feira hippie, que hoje designa tantas e tantas similares Brasil afora, teria sido criado ali. Também ficou para a história que foi Hugo Bidet o “inventor” da Feira Hippie da General Osório, o primeiro a pendurar alguns quadros na praça. Seus amigos começaram a fazer o mesmo e logo o lugar virou um dos maiores burburinhos da cidade nos fins de semana. A coisa era bem artesanal mesmo. Muitas comunidades, gente que morava, trabalhava e expunha juntos. Ainda estão por lá muitos dos “fundadores”, como Luciano de Holanda, Pedro Maurício e Ivan Jilek. Como os tempos são outros, tem até sítio na internet a feira. A feira é palco da História. Viu 40 carnavais da Banda de Ipanema. E viu nascer o Simpatia é Quase Amor, um dos responsáveis pelo resgate dos blocos cariocas. Muitas edições do Pasquim e da Casseta Popular foram boladas ali. E muito se conspirou contra a ditadura. E muito se comemorou a Anistia. E muito se batalhou pelas Diretas Já. A Feira Hippie de Ipanema viu morrer clássicos da boemia carioca, como o Jangadeiros. E viu o Belmonte mostrar que os botecos de grife hoje imperam, infelizmente. A poucos passos da favela do Cantagalo, a Praça General Osório vê o morro encontrar o asfalto, essa coisa tão carioca.
Em 40 anos a feira mudou, mas não tanto. O cheiro forte do couro ainda é o traço aromático mais evidente junto a incensos e patchouli. Nas quatro esquinas as barracas das baianas garantem o cheiro de Salvador que vem dos tachos de acarajé. A linha de artigos hoje é imensa. Camisetas com estampas psicodélicas, gorros rastafáris, colares, anéis e pulseiras de inspiração
indiana, sandálias de couro, cristais, bordados e quadros – com predominância do estilo naïf – ainda povoam a feira. Não faltam nem mesmo aquelas medonhas peças de durepoxi, com direito a maricas, narguilês, facas (!!!) e porta-incensos de gosto muito duvidoso, com direito a detalhes com dentes de animal, pêlos e penas. Há também, como sempre houve, muitos móveis e objetos de decoração. Reza a lenda nasceu ali aquele pufe-pêra, gordinho na base e alongado no alto, que se molda ao corpo, ambiente mais que propício à pachorra. Mas hoje o repertório é bem mais abrangente. Mesas de ferro com tampo em mosaico, pinturas “clássicas”, camisetas para todos os gostos e todo o tipo de acessório: bonés de chochê, brincos, batas. A feira continua meio hippie, mas é muito mais que isso hoje. É bom passear por lá."
Bruno Agostini


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